quarta-feira, 29 de julho de 2015

Catástrofe de elefantes na Tanzânia – “Nós recalculamos cerca de 1000 vezes porque não acreditávamos no que estávamos vendo”

A Tanzânia perdeu bruscamente dois terços da sua população de elefantes, em apenas quatro anos, escreve Aislinn Laing.


Elefantes em Ngorongoro Crater, Tanzânia. Photo: Copyright (c) 2014 Rex Features.

Publicado no The Telegraph, em 19 de Julho de 2015
Por: Aislinn Laing, Seronera, Parque Nacional do Serengeti 


Enquanto Howard Frederick voava baixo em um Cessna sobre o cerrado da reserva de Selous, na Tanzânia, o que mais o chocou, ao invés das pilhas de ossos espalhados, foi a ausência completa de elefantes no local.

A equipe que estava realizando a contagem dos animais selvagens na Tanzânia em 2013 e 2014 sabia que a caça furtiva estava se tornando um grande problema, mas nada poderia tê-los preparado para o que eles descobriram.

A Tanzania havia perdido dois terços de sua considerável população de elefantes em apenas quatro anos, pois a demanda da China por suas presas de marfim havia enviado um exército altamente organizado de criminosos portando rifles e motosserras para dentro de suas reservas.

"Eu nunca tinha visto nada parecido com isso - havia cadáveres por toda parte, vários grupos familiares inteiros, lado a lado, de três a sete animais, abatidos" disse ele ao The Telegraph.

"Voando sobre estas áreas enormes e até mesmo dirigindo por elas, costumávamos, antes, ver dezenas de enormes elefantes machos.”

"Uma sensação terrível de falta de vida vinha daquela paisagem, a qual era definida pela presença daquelas criaturas. Agora é apenas um vazio."

Cem metros abaixo dele, em um veículo de safári, o guia turístico David Guthrie estava fazendo o seu melhor para explicar aos visitantes por que ele estava dirigindo para longe dos abutres que circundavam por ali – mesmo esse sendo, geralmente, um sinal emocionante para os turistas, de que poderiam estar prestes a ver os leões em momento de caça.

"Em 17 anos de trabalho em Selous, eu tinha visto apenas duas carcaças de elefantes, mas em 2010 elas começaram a aparecer de forma numerosa e, em 2012, foi simplesmente horrível", disse ele.

"Ouvíamos tiros regularmente quando estávamos nos campings. Tínhamos elefantes machos feridos vindo até ali, tentando encontrar um lugar seguro, e morrendo debaixo das árvores.”

"Os guardas tentavam bloquear o acesso às áreas – era simplesmente uma carnificina."


Presas de elefantes caçados no sudoeste da Tanzânia.
Apesar de ter liderado o caminho para a proibição da exportação de marfim de elefante na década de 1980, a Tanzânia acabou se tornando complacente na tarefa de administrar sua vida selvagem abundante.

Com a sua reputação de capital mundial de elefantes e nomeação como Patrimônio Mundial da Unesco, Selous arrecadou cerca de US $ 9 milhões (R$ 5,8 milhões) por ano em receitas turísticas, mas o governo repassou apenas 20% desse valor para o funcionamento do parque.

O Sr. Guthrie disse que seus poucos guardas eram "impotentes e totalmente desmoralizados", trabalhando com armamento, abrigo e alimentos escassos. Os caçadores se vangloriavam por montar acampamentos em áreas nobres do parque e, em alguns casos, se mudar para os postos de vigilância.

De acordo com Howard Frederick, os caçadores furtivos trabalhavam em "equipes altamente mecanizadas", administradas por grandes organizações criminosas com base em Dar es Salaam.

“Eles formavam equipes que saiam para escoltar as áreas, em seguida, os caçadores entravam, montavam uma emboscada e matavam um grupo inteiro”, diz ele.

"Eles seguiam para a próxima área, enquanto a equipe de carniceiros chegava e picava todas as presas, e uma nova equipe entrava para realizar o transporte. A caça furtiva evoluiu de muito casual para a formação de equipes altamente organizadas."


Vista aérea de elefantes caçados na Tanzânia ocidental.
Os elefantes da Tanzânia eram um alvo óbvio.

Quando o especialista em elefantes, mundialmente renomado, Douglas-Hamilton realizou o primeiro levantamento aéreo na Tanzânia, em 1976, o país tinha 316 mil elefantes, a maior população do paquiderme do planeta.

 "Para uma pessoa que conta elefantes, era como o Everest para um alpinista," disse ele ao The Telegraph esta semana, da sua base na Reserva Nacional de Samburu, no Quênia. "Foi incrível. Uma área selvagem, imaculada, repleta de elefantes.”

Em 2013, foram realizadas várias apreensões de toneladas de marfim e foi sugerido que elas seriam originárias da Tanzânia.

Rob Muir, diretor de programação da África para a Sociedade Zoológica de Frankfurt (FZS), uma organização de vida selvagem com uma longa história no país do leste africano, disse que ficou claro que a caça furtiva - um problema identificado em toda a África – havia aumentado repentinamente em Selous, uma área com o dobro do tamanho da Bélgica.

O governo e a FZS (Sociedade Zoológica de Frankfurt) montaram uma equipe de pesquisa multinacional para determinar a gravidade do problema.

Quando o trabalho deles foi concluído, em outubro de 2013, eles ficaram devastados com os resultados.

“Nós recalculamos cerca de 1000 vezes porque não acreditávamos no que estávamos vendo”, disse Frederick.

Em Selous e no ecossistema ao redor, a população de elefantes é a menor desde que a primeira contagem foi realizada, de 109.000 em 1976, para 13.084 em 2013.

"Esse resultado foi como um chamado para percebermos como a caça furtiva havia se tornado algo sério", disse Muir. "Uma das maiores fortalezas de elefantes havia acabado de ser dizimada."

O governo da Tanzânia disse que iria reforçar a proteção da vida selvagem e aceitou várias ofertas de ajuda, incluindo dos americanos, que enviaram fuzileiros para treinar seus guardas.

Em uma conferência internacional em Londres, contra a caça furtiva, em abril do ano passado, o presidente Jakaya Kikwete disse que ele havia envolvido o serviço militar nesse tema e deu a entender que seu governo havia identificado o chefão da caça furtiva.

Mas havia ainda mais más notícias.

Paul Allen, fundador da Microsoft, adiantou-se perguntando sobre a situação dos elefantes em outros parques nacionais da África. Ele financiou um segundo levantamento que, no fim do ano passado, revelou que os caçadores, que acabaram com os elefantes em Selous, haviam mudado para Ruaha, o maior parque nacional da Tanzânia.

Em apenas um ano, entre 2013 e 2014, a população de elefantes dessa reserva despencou 60% - cerca de 1.000 elefantes por mês - para 8.200 elefantes.


Elefantes caçados na reserva de Selous, na Tanzânia.
Um importante estudo de DNA realizado com o marfim apreendido em um carregamento confirmou que 85% das presas africanas vieram de dois locais, uma pequena área da África Ocidental e da Tanzânia.

O Sr. Muir conheceu um casal em lua-de-mel em um voo, que havia gasto milhares de dólares para ver elefantes em Selous - e haviam ido embora sem encontrar um único animal.

"A mulher estava em choque e profundamente chateada", disse ele.

Iain Douglas-Hamilton disse que os elefantes, criaturas conhecidas pela sua sensibilidade, inteligência e boa memória, estavam escondidos.

"Eles se tornaram muito mais assustados, fugindo dos seres humanos e escondendo-se na vegetação mais densa, adquirindo hábitos mais noturnos", disse ele.

Em um coquetel em Dar, em junho, Lazaro Nyalandu, o ministro do Turismo, anunciou uma nova campanha de sensibilização chamada "Orgulho da Vida Selvagem", envolvendo uma ex-Miss Tanzânia e um astro do basquete.

Durante um discurso na Universidade de Cambridge, no final do mês, ele falou sobre a diminuição do número de elefantes, mas também destacou que esse número começou a subir novamente em Selous, além de falar sobre os "caminhos de sucesso para a conservação".

O governo ainda se recusa a publicar o relatório da contagem de 2014 em Ruaha, citando a falta de carcaças um empecilho para confirmar as mortes.

O Sr. Nyalandu sugeriu que o desaparecimento de 12.000 elefantes daquela reserva seja "o maior mistério da vida selvagem", e se comprometeu a enviar equipes de busca para verificar se eles haviam migrado para países vizinhos.

Os conservacionistas dizem que não há dúvida de que os elefantes foram vítimas de caçadores furtivos, mas que os seus cadáveres foram simplesmente descartados pelos caçadores antes de serem descobertos. Os números mais recentes são profundamente embaraçosos, dizem eles, especialmente depois que o Sr. Kikwete disse na conferência de Londres sobre seus esforços para interromper essa matança.

Poucos acreditam que a Tanzânia tenha tomado todas as medidas necessárias para tentar reprimir a caça furtiva.

Rob Muir acredita que a redução de elefantes já atingiu um "limiar" e não poderá diminuir ainda mais em Selous e Ruaha porque, como os turistas, os caçadores ilegais também não conseguirão encontrá-los.

Ele teme que sem esforços concentrados por parte do governo e sem a redução da demanda dos consumidores chineses, os caçadores possam mudar o foco para outros lugares, como para o Parque Nacional de Katavi, no Ocidente, ou até mesmo para a lendária Serengeti, onde a FZS está baseada em um conjunto de cabanas de estanho e cal cercadas por árvores de acácia.

Dr. Alfred Kikoti, principal especialista em elefantes da Tanzânia, disse que o ultrapassado governo do Sr. Nyalandu colabora com o problema por falta de vontade em combater as poderosas redes de corrupção da polícia e funcionários e políticos relacionados com a vida selvagem, ajudando os caçadores furtivos a operar sem nenhum impedimento.

Várias tentativas para desmantelar estas redes fracassaram.

A operação militar anunciada pelo Sr. Kikwete para diminuir os casos de caça furtiva durante a noite, para quase zero, foi interrompida após apenas um mês, por alegações sobre a violação dos direitos humanos. Pessoas envolvidas na operação disseram que os abusos foram uma forma conveniente de atrapalhar a operação: ela foi ficando muito perto de políticos sênior e de suas operações lucrativas.

Não muito tempo depois, o ministro do Turismo Khamis Kagasheki, que causou alvoroço ao entregar ao presidente uma lista secreta de políticos envolvidos na caça furtiva, foi demitido junto com três outros ministros, e a justificativa foi o fracasso da operação. A lista foi discretamente enterrada.

O Dr. Kikoti acredita que até que um novo presidente seja eleito em outubro, pouco mudará.

"Eu acho que se este governo decidir amanhã que não quer que essa situação continue, e que irá lidar com isso, aí sim será possível reverter essa diminuição na quantidade de elefantes", disse ele.

"Mas tem que vir de cima e tem que saber que ninguém está imune, caso esteja envolvido."

Ele e outros grupos de proteção da vida selvagem irão dedicar os próximos três meses para conseguir que o candidato do partido no poder, John Magufuli, pessoa adequada para a função, abrace essa causa.

Para o Dr. Kikoti, isso significa disponibilizar uma força-tarefa militar para cada parque e reserva, além de colocar um ponto final nas nomeações políticas para os cargos de autoridades relacionados à vida selvagem, definir penas mais duras e instaurar mais processos para os caçadores e, criteriosamente, passar a mensagem de que não haverá nenhum “intocável” na luta para salvar os elefantes da Tanzânia.

"Eu realmente espero que este novo representante faça a diferença, ele se tornará o presidente da selva", disse ele. "Ele deve lutar por nossa vida selvagem, e prometeu que vai."

Link para o artigo original.

Traduzido por Paula Duque Bertasi. Revisão: João Paiva, Teca Franco, Junia Machado. Edição: Junia Machado.



terça-feira, 28 de julho de 2015

Salve o Elefante

Há cerca de 100 elefantes nesta foto. É essa a quantidade 
de elefantes massacrados a cada 24 horas na África, 
pelas taxas atuais.

Tyler Hicks/The New York Times
Ou podemos dizer que um elefante é morto 
a cada 14 minutos. 


Salve o Elefante
Por LYDIA MILLET, 26 de Julho de 2015, The New York Times

MAIS de dois milhões de anos atrás, os mamutes e os elefantes asiáticos tomaram caminhos evolutivos diferentes — e na mesma ocasião, de acordo com pesquisas de DNA, o mesmo ocorreu com seus parentes na África. Por muito tempo, os elefantes na África eram considerados como se pertencessem a uma única espécie, mas uma massa crítica de estudos genéticos agora prova que são duas.

Você poderia dizer que as duas espécies— elefantes da “floresta” e elefantes da “savana”— são diferentes apenas ao observá-las com cuidado, mas até 2010 faltavam evidências genéticas. Os elefantes da floresta são muito menores, pesam metade do peso dos elefantes da savana e se desenvolveram nas florestas tropicais da África Central e Ocidental; suas orelhas são mais arredondadas do que as de seus primos e têm presas mais retas. Os elefantes da savana, cujas orelhas são mais triangulares e cujas presas são mais espessas e curvadas, vagam pelas planícies abertas e cerrados de outras partes do vasto continente, desde a África Oriental até a África Austral, onde são mais abundantes. Em termos genéticos, as duas espécies são tão diferentes uma da outra, como são os leões dos tigres.

Durante a última década, emergiu um forte consenso científico sobre a biologia dos elefantes. Então, em junho, o Centro para a Diversidade Biológica, onde trabalho, preencheu uma petição, endereçada à United States Fish and Wildlife Service pedindo a reclassificação dos elefantes africanos em duas espécies diferentes e a inclusão de ambas como “endangered" (em perigo de extinção) no Endangered Species Act.

Pode parecer estranho que os Estados Unidos dê alguma classificação legal a todos os animais de outros países, mas a verdade é que a proteção americana de animais ou plantas “estrangeiros”  sob o poderoso Endangered Species Act pode trazer benefícios palpáveis a essas espécies, incluindo impedir que suas partes sejam vendidas nos Estados Unidos e impedindo nosso governo de sancionar ou pagar por ações que machuquem os animais. Isso também pode prover fundos para pesquisas e educação.

A questão entre uma contra duas espécies de elefantes africanos não é definir um enigmático argumento de DNA; é sobre a vida e a morte dessas extraordinárias criaturas. Sem elefantes, a paisagem da África ficaria irreconhecível, ainda que esses animais tenham declinado em centenas de milhares devido a duas enormes ondas de caça neste século - uma nas décadas de 1970 e 1980 e a outra com início em 2009 e ainda em curso. Se o ponto central da petição for atendido, pode ser a salvação. 

Aqui está como. Agora mesmo,  as duas espécies de elefantes africanos são protegidas sob o Endangered Species Act apenas como “threatened” (ameaçadas) — uma proteção menor que “endangered” (em perigo). O que “endangered” significa para os elefantes, ou para qualquer outro animal ou planta, é simples: não há muitos remanescentes, então a espécie corre risco de ser extinta. Reconhecer o fato de que os elefantes africanos pertencem a duas espécies distintas revela os verdadeiros números muito baixos — com relação a quantidades históricas — de cada uma delas. Ao invés de olharmos para meio milhão de elefantes remanescentes, é como se estivéssemos olhando para 100.000 (e possivelmente menos de 50.000) elefantes da floresta sobrevivendo no mundo e cerca de 400.000 elefantes da savana. É importante entender, entretanto, que os números reais podem ser ainda muito menores, já que elefantes são notavelmente difíceis de serem contados.

Populações de ambas as espécies estão em queda livre, enquanto o frenesi da caça impulsiona a matança e o massacre, para obtenção de suas presas, de dezenas de milhares de elefantes a cada ano. O número de elefantes africanos da floresta na África Central declinou 62 porcento em menos de uma década,  devastados por um coquetel mortal de caça ilegal, perda de habitat e guerra civil, fazendo com que seja a espécie mais ameaçada das duas. As populações de elefantes africanos da savana também tiveram um declínio significativo nos países onde vivem, com uma devastação maior na Tanzania, onde uma das maiores populações de elefantes — 109.000 animais — caiu para apenas 43.000 em apenas cinco anos, entre 2009 e 2014.

Se os EUA reconhecerem e protegerem as duas espécies, a International Union for Conservation of Nature e a CITES, o tratado que regulamenta  o comércio global da vida selvagem, podem dar o mesmo passo, trazendo uma nova e necessária ajuda para a populações em mais alto risco de elefantes.

Listá-los como “endangered” (em perigo) também afunilaria ainda mais as restrições para importar, exportar e vender produtos de marfim, a partir e dentro dos Estados Unidos. Depois da  China, os Estados Unidos é o segundo maior mercado de marfim, com o comércio legal de antiguidades de marfim sendo usado para acobertar o comércio ilegal de marfim novo. No mês passado, um oficial sênior de vida selvagem da China prometeu colocar um fim no comércio de marfim no país se os Estados Unidos fizerem o mesmo. 

Isso significa que a ação americana de reclassificar os elefantes africanos poderia transformar o modo como as duas maiores economias do planeta — que também são as duas nações que mais consomem marfim — estão lidando com a crise do massacre dos elefantes. 

Temos que agir agora, antes que seja tarde demais.


Link para o artigo original

Traduzido por Junia Machado. Revisão: João Paiva, Teca Franco. Edição: Junia Machado.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Fatos & Números



A matriarca Grace e alguns membros de sua família. (C) ElephantVoices

Com base no nosso conhecimento, listamos abaixo alguns fatos e números sobre as três espécies de elefantes existentes. Os dados relativos à população de elefantes são estimados - em parte devido a lacunas existentes nos relatórios das contagens confiáveis. Se você tiver qualquer informação para nos ajudar a preencher essas lacunas, por favor, avise-nos!

Elefantes africanos da savana (C) ElephantVoices


Elefante africano da floresta (C) Michael Nichols
Elefantes asiáticos (C) EephantVoices

A evidência genética apresentada em 2001 levou a aceitação da decisão de que a África é o lar de duas espécies de elefantes, e não uma: o elefante africano da savana, Loxodonta africana, e o elefante africano da floresta, Loxodonta cyclotis. Esta constatação é muito importante pois mostra que restam muito menos elefantes de cada espécie individualmente, sendo o elefante africano da floresta o mais ameaçado de extinção. Atualmente a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) não considera essa decisão.

Ele phant – Grande Arco

É o maior mamífero terrestre do planeta.

Dividem-se em 3 espécies:
- Elefante africano da savana – Loxodonta africana
- Elefante africano da floresta – Loxodonta cyclotis
- Elefante asiático – Elephas maximus

São encontrados em 37 países da África e em 13 países da Ásia (2013). Antes eram encontrados em extensões contínuas através dos continentes, mas agora vivem em regiões cada vez mais fragmentadas.

São extremamente adaptáveis.

Seu tempo de vida máximo é de, aproximadamente, 70 anos.

O peso do seu cérebro varia de 4 a 6Kg – o maior de todos os mamíferos terrestres (vivos e extintos).

Como os seres humanos, são capazes de fazer e utilizar ferramentas, e mostram evidências de aprendizagem social.

Possuem avançada comunicação acústica, visual, química e tátil.

Possuem a habilidade de se comunicar e manter contato em longas distâncias com outros elefantes, usando sinais de comunicação sísmica, que absorvem através das suas patas.

São capazes de identificar as vozes de, pelo menos, outros 100 elefantes.

A tromba é uma mistura de lábio superior e nariz alongado, pesando mais de 140 Kg. É capaz de pegar um canudo, derrubar uma árvore e afastar um enorme tronco, tocar membros da família com ternura, jorrar 12 litros de água na própria boca e detectar cheiros a quilômetros de distância.

As presas são incisivos alongados. Os marfins são cobiçados pelos seres humanos por dezenas de milhares de anos com impacto duradouro na arte e na cultura.

A pele possui espessura maior de 32 mm em algumas regiões, e em outras, possui espessura próxima de uma folha de papel.

As fêmeas podem dar a luz a até 12 descendentes.

A quantidade de alimento ingerido por dia varia de 4 a 7% do seu peso corporal. 

Sua alimentação inclui grama, ervas, folhas de árvores, frutas, cascas externas e internas e lianes.

O intervalo entre as gestações varia de 4 a 6 anos.

A gestação dura, aproximadamente, 660 dias.

A idade da primeira reprodução varia de 8 a 15 anos.

A idade do primeiro cio dos machos, chamado de musth, varia de 15 a 28 anos.

Sua unidade social básica é a família, incluindo a mãe e as crias que ainda estejam sexualmente imaturas.

Vivem em uma sociedade de cisão-fusão complexa, que se separa e se reúne de acordo com as condições climáticas e a disponibilidade de alimentos.

As famílias são lideradas pelas matriarcas, que armazenam décadas de conhecimento ecológico fundamental para a sobrevivência da unidade familiar e seus membros, em situações de seca, ataque de predadores e outras ameaças.

Tendem a ter laços sociais de longa duração ou por toda a vida.

Demonstram complexidade sócio-emocional, como empatia e auto-reconhecimento.

Demonstram preocupação com elefantes que apresentam problemas ou estão morrendo, não restrito a apenas seus parentes.





Link para página em Inglês da ElephantVoices

Traduzido por Paula Duque Bertasi. Revisão: João Paiva, Teca Franco, Junia Machado. Edição: Junia Machado.