sexta-feira, 10 de abril de 2015

Descoberto massacre de elefantes na República Democrática do Congo; 30 animais mortos em 15 dias

Publicado pelo “The Huffington Post” em 26/3/2015
Por Ed Mazza


Elefantes mortos por caçadores ilegais, em uma foto de 2014. 
Novos relatórios dizem que mais elefantes estão 
sendo mortos; foram 30 em apenas 15 dias / ASSOCIATED PRESS

Dúzias de elefantes estão sendo chacinados num parque nacional na República Democrática do Congo por militantes armados que estão entrando no comércio de caça ilegal. O dinheiro proveniente da venda do marfim ilegal é usado para comprar comida, armas e munição.

O Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (The International Fund for Animal Welfare – IFAW) disse esta semana que 68 elefantes foram mortos nos últimos dois meses no Parque Nacional de Garamba, e a AFP (Agence Française de Développement) denunciou que 30 foram mortos em apenas duas semanas.

“Existe um grupo de sudaneses do norte adentrando o parque, dividindo-se em pequenos grupos, que, durante 15 dias, mataram 30 elefantes”, disse o diretor de Conservação do African Parks, Jean Marc Froment, que cuida da manutenção do parque. “Esses caçadores de elefantes têm muita experiência, acrescentou.

Existem apenas 150 guardas florestais patrulhando os mais de 12.949 quilômetros quadrados de Garamba, disse a AFP. Como resultado, os 1.700 elefantes do parque se tornaram um alvo fácil para os caçadores ilegais e militantes armados, alguns entrando no parque através de países vizinhos.

Desde abril de 2014 até janeiro deste ano, 131 elefantes foram encontrados mortos em Garamba, relata o Enough Project. O grupo diz que o guerrilheiro de Uganda Joseph Kony, do Lord’s Resistance Army, renegados do exército nacional do Congo e caçadores ilegais armados do Sudão do Sul e do Sudão estão matando os elefantes no parque.


O Enough Project disse que o preço do marfim no mercado negro da Ásia gira em torno de US$ 1.000,00 a US$ 1.300,00 por libra e que uma única presa, dependendo do tamanho, pode ser adquirida por um preço que varia de US$ 20.000,00 a US$ 175.000,00. A organização preparou um relatório interativo sobre a caça ilegal em Garamba, que pode ser visto aqui.

Na África, as presas nem sempre são trocadas apenas por dinheiro. Guerrilheiros, às vezes, as trocam por munição: uma única presa pode comprar 18.000 balas, disse Sasha Lezhnev, diretora associada do Enough Project, ao Daily Mail.

Ano passado, representantes de 41 nações assinaram uma declaração em Londres, jurando proteger animais ameaçados, como os elefantes.
Entretanto, o IFAW disse que 15 desses países não deram qualquer evidência de que estão comprometidos com essa causa. “É aterrador que países como Chade, Camarões e República Democrática do Congo, cujas populações de elefantes estão altamente ameaçadas por causa do marfim, não demonstrem qualquer iniciativa ou progresso para diminuir a matança”, disse Jason Bell, diretor do Programa para Elefantes do IFAW.

Tradução: Ana Zinger; Revisão: João Paiva, Teca Franco, Junia Machado. Edição: Junia Machado.

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