sexta-feira, 8 de novembro de 2013

“Precisamos abolir todos os zoológicos”, diz o mais famoso dono de zoológico da Grã-Bretanha, Damian Aspinall


Um dos mais famosos donos de parques de animais selvagens na Grã-Bretanha chamou o governo para ajudá-lo a realizar seu sonho de longo prazo: abolir todos os zoológicos.


Aspinall, 53 anos, diz que os milhões de libras que são gastos em novos cativeiros poderiam ser melhor utilizados reproduzindo espécies ameaçadas de extinção para retorná-las à natureza

Damian Aspinall quer que seu próprio “negócio” seja gradativamente eliminado nos próximos 20-30 anos, dizendo que é errado manter criaturas sencientes como “prisioneiras sem liberdade condicional” por toda a vida.

Ele diz: “Nós brincamos de Deus quando trazemos esses animais das florestas para os zoológicos, então com certeza podemos brincar de Deus novamente e tentar retornar alguns desses animais a seus lares.”

Por volta de 80% de animais em zoológicos não estão ameaçados de extinção, ele argumenta, adicionando que ou eles são criaturas “híbridas”, sem nenhum valor para conservação, ou eles estão tomando pílulas anticoncepcionais para prevenir que se reproduzam, consequentemente aumentando os custos.

O Sr. Aspinall, 53 anos, diz que os milhões de libras que são gastos em novos cativeiros poderiam ser melhor utilizados reproduzindo espécies ameaçadas de extinção para retorná-las à natureza.

É uma políitica que ele segue com sucesso em seu parque de animais selvagens, Port Lympne and Howletts, em Kent, onde ele diz que “animais estão em primeiro lugar”.

A decisão de alugar uma terra próxima ao parque para dois festivais de música em Port Lympne, como foi reportado no Sunday Express ano passado, foi um “erro”, ele acrescenta.

A Fundação Aspinall, fundada por seu falecido pai John, o famoso magnata dos cassinos e amigo próximo de Lord Lucan, acaba de retornar nove gorilas para as florestas do Gabão, um momento que ele descreveu como “lindo”.

“Eles simplesmente andaram pela floresta e começaram a explorar”, disse ele.

“Se você é um real conservacionista e realmente acredita na natureza, o objetivo final é que você não precisará de zoológicos.

“Eles sempre jogam educação na sua cara, mas isso é um total e completo absurdo.

“Nos próximos 20-30 anos, seria um objetivo encantador ver zoológicos acabarem gradativamente, ou, se eles não acabarem, observá-los fazendo o que eu acredito que seja um real trabalho de conservação.

“O que eu quero dizer com isso é que eles mantenham apenas animais que estejam realmente ameaçados de extinção.

“Zoológicos estão presos numa armadilha porque eles precisam do consenso do público já que, se não, eles irão falir.


Damien Aspinall quer ver zoológicos sendo eliminados nos próximos 20-30 anos.
Macacos na Fundação Aspinall.
“E a única razão de eles ainda conseguirem o apoio do público é simplesmente porque as pessoas estão viciadas em shows de animais: elas anseiam por ver animais em exibição.

“A verdade é que se zoológicos fizessem o que é melhor para os animais, não o que é melhor para o público, eles seriam lugares bem diferentes.

“Eu fico com o estômago embrulhado ao ver zoológicos fazendo shows com animais.

“No meu ponto de vista, nenhum animal deveria estar aqui para nos entreter.

“Nós supostamente somos espécies inteligentes. Com certeza não precisamos ter animais entretendo nossas crianças.”

“O que estamos fazendo é disseminar uma cultura em que nossas crianças acham normal que o homem seja a espécie dominante.”

“Isso é simplesmente errado. Nós precisamos acabar com essa cultura enraizada no público e acabar com os zoológicos.”

“Há um espaço para a atuação do governo nisso.”

Mas no entanto, a Associação Britânica e Irlandesa de Zoológicos e Aquários diz que seus membros já fazem um trabalho significantivo de conservação na natureza.

“Populações em cativeiro podem ser usadas em defesa da conservação e de outros aspectos relacionados ao meio ambiente por aumentarem nossa consciência sobre o problema, e poderiam, um dia, ser devolvidas a seus habitats naturais, se isso for apropriado”, adiciona seu website.

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Tradução, revisão e edição: Ruby Malzoni, João Paiva, Teca Franco, Junia Machado.