terça-feira, 17 de setembro de 2013

Massacre de elefantes na Costa do Marfim choca aldeões

Mãe e filhote de elefantes africanos da floresta (Loxodonta cyclotis) 
descansam em uma clareira da África central (Foto: © Melissa Groo)

Abidjan, Costa do Marfim, 17 de Setembro de 2013 – Inúmeros elefantes foram mortos por caçadores armados na Reserva Nacional de Mount Peko, na Costa do Marfim, de acordo com residentes locais.

Aldeões de Bagohouo afirmaram, na segunda-feira, que ficaram aturdidos ao ver tantos elefantes mortos por tiros e com as presas removidas. 

“Nos últimos dias, os caçadores aumentaram os ataques noturnos contra os elefantes. Já informamos as autoridades florestais sobre a presença de indivíduos armados na reserva,” disse Gaspart Guei, residente local.

“De uma população de muitos elefantes há alguns anos atrás, temos agora apenas três elefantes,” Benoit Yrou, outro aldeão, afirmou sobre a área onde está sua aldeia.

A Reserva Nacional de Mount Peko, que tem 34.000 hectares, é um dos maiores parques da Costa do Marfim.

O massacre dos elefantes ocorre logo após a grande estrela do futebol internacional do país, Yaya Toure, ter prometido fazer “tudo o que for possível” para lutar contra a caça ilegal de elefantes na África.

O jogador do Manchester City, time inglês, afirmou que a caça ilegal é uma das mais sérias ameaças à estabilidade política, à economia, à herança cultural e ao gerenciamento adequado dos recursos naturais de muitos países.

Apenas em 2011, segundo uma estimativa das Nações Unidas, mais de 17 mil elefantes foram mortos dentro de áreas protegidas.

Na Costa do Marfim, onde o número de elefantes caiu drasticamente, remanescem apenas 800 elefantes.

Especialistas alertaram sobre essa grave ameaça aos elefantes na Costa do Marfim, pedindo que sejam feitos mais esforços para proteger essa ameaçada espécie.

Link para o artigo original.

Junte-se à nossa campanha "Cada Presa Custa uma Vida" e a compartilhe massivamente. É preciso acabar com o comércio de marfim o mais urgente possível, no mundo todo!

Uma das ilustrações criadas pela artista Asher Jay para a campanha
Cada Presa Custa uma Vida (2013)

Tradução, revisão e edição: João Paiva, Teca Franco, Junia Machado.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Caçadores usam cianureto para matar 41 elefantes no Zimbábue

Fontes do governo afirmam que 116 elefantes foram mortos por envenenamento nos últimos oito meses e que esse número pode ser ainda maior

Caçadores misturaram cianureto a sal para matar silenciosamente elefantes no norte do Zimbábue

Por: Sipho Kings,  Mail & Guardian 

Publicado em 05 de Setembro de 2013



Jornais do Zimbábue noticiaram que caçadores mataram
41 elefantes com uma mistura de sal e cianureto (AFP).

O jornal Chronicle, do Zimbabwe, noticiou que a polícia desmantelou um cartel de seis caçadores ilegais que mataram e removeram as presas de 41 elefantes no Parque Nacional de Hwange.

Os caçadores misturaram cianureto a sal, que foi espalhado em volta de grandes lagoas visitadas pelos elefantes para beber água. Quando morreram, suas presas foram removidas e levadas para as casas dos criminosos.

Os caçadores foram pegos depois que guardas florestais ouviram tiros e foram até o local. Eles seguiram as pistas até uma casa que era usada como local para armazenamento do marfim. Um dos caçadores, então, foi persuadido pela polícia e pelos guardas florestais a telefonar para os outros membros da gangue e pedir que viessem à casa, onde foram presos.

A polícia recuperou 17 presas, no valor de R$ 273 mil.  

"O que eles estão fazendo é muito cruel, porque não termina com a morte dos elefantes. Os animais que se alimentarem dos elefantes mortos morrerão, e os que se alimentarem desses últimos, também (porque o cianureto permanece no sistema)", afirmou o inspetor chefe da polícia.

Aumento dramático

A caça ilegal no continente africano aumentou dramaticamente. Um relatório deste ano da convenção da CITES - Convention on International Trade in Endangered Species (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção) -, "Elephants in the Dust – The African Elephant Crisis" (Elefantes na Poeira - A Crise dos Elefantes Africanos), afirma que pelo menos 25 mil elefantes foram mortos na África no ano passado. O comércio de marfim - que é ilegal - dobrou desde 2007, aponta o relatório.

Na Tanzania, 30 elefantes são mortos a cada dia para a retirada de suas presas, dizimando rapidamente a segunda população de elefantes da África. O governo prevê que, a essa taxa, 10 mil elefantes terão sido mortos no país até o final deste ano. 

O problema ainda não atingiu a África do Sul, mas é predominante nos países que fazem fronteira com o país. Julian Blanc, coordenados e analista de dados do Mike -  Monitoring the Illegal Killing of Elephants (Monitoramento da Matança Ilegal de Elefantes), afirma: "Enquanto que os níveis de caça ilegal no sul do continente africano não sejam tão elevados como em outras partes, eles estão crescendo continuamente."

A pesquisa ligou a pobreza à caça ilegal, e isso agora não é um problema menor na África do Sul, acrescentou ele. 

A caça de elefantes foi um problema no país nos anos 80, mas foi erradicada, e, desde então, as populações têm crescido constantemente. A SANParks - South African National Parks (Parques Nacionais Sul-Africanos) está, de qualquer modo, se planejando para um aumento da caça, com documentos de alerta sobre "a ameaça da caça ilegal de elefantes surgindo no horizonte". 


Menino Maasai e seu cachorro ao lado de um esqueleto de elefante
morto por caçadores perto de Arusha, na Tanzânia (AP). 

Leia mais: Total de elefantes envenenados nos últimos meses

Um total de 116 elefantes morreram como resultado de envenenamento das fontes de água por caçadores ilegais, no Parque Nacional de Hwange, no Zimbábue, nos últimos oito meses, segundo informou à polícia Amos Gwema, uma autoridade da agência governamental de Parques e Gerenciamento da Vida Selvagem. Segundo ele, 97 desses casos estavam relacionados a três dos seis caçadores presos após o recente envenenamento de 41 elefantes na semana passada. 

“Desde Janeiro de 2013, 116 elefantes morreram por envenenamento na área de Mokona, e 97 desses casos estão ligados aos acusados de matar com cianureto esses 41 elefantes”, afirmou Gwema. 

“O Zimbábue é membro da CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção -, e o que está ocorrendo é uma ameaça à sobrevivência desses animais. Suspeitamos que o número de animais envenenados continue aumentando conforme as investigações prossigam”. 

Tradução, revisão e edição: João Paiva, Teca Franco, Junia Machado.




sábado, 7 de setembro de 2013

India estuda proibir totalmente do uso de animais em circos


Circense desliza sob um elefante, em apresentação
de circo em Siliguri, na India (Foto: AFP).

“Todo mundo gosta do circo, mas ninguém vê o que está acontecendo por trás da cena, o modo horrível como os animais são tratados e mantidos”, afirma S. Umarani, Secretário do Conselho de Bem-Estar Animal da India - Animal Welfare Board of India (AWB) -, órgão do governo, criado em 1962 pelo Ministério da Agricultura e transferido, em 1990, para o Ministério do Meio Ambiente e Florestas. 

“Temos que estabelecer a legislação correta para acabar com a crueldade. Por isso, o Conselho recomendou uma proibição total. Agora, o Ministério vai considerar e retornar”, disse Umarani. 

Já existe uma proibição em vigor na India para a apresentação de muitos animais selvagens e ameaçados de extinção, incluindo ursos, macacos, tigres, panteras e leões, mas essa mais recente proposta abrange todo e qualquer animal. 

Os elefantes ainda são usados amplamente nos circos indianos, a despeito de uma proibição que entrou em vigor em 2009, afirmam ativistas, que também denunciaram ter descoberto recentemente elefantes e cavalos acorrentados por longos períodos, cães alojados em gaiolas minúsculas e tratadores embriagados. 

Em julho, a Bélgica anunciou a aprovação de uma lei proibindo o uso de animais selvagens em circos, seguindo os passos de Holanda, Áustria, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Grécia, Chipre, Israel, Peru, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Costa Rica e Cingapura.

O governo britânico também planeja proibir o uso de animais selvagens em circos, a partir de 1 de Dezembro de 2015. Esse prazo é para que os donos de circo tenham tempo para adequar seu negócio e encontrar locais apropriados para destinar os animais, segundo David Heath, Ministro da Agricultura no Reino Unido. 

No Brasil, o Projeto de Lei 7.291, de 2006, aguarda votação no Plenário da Câmara dos Deputados. 

Link para a reportagem do The Raw History sobre a proibição na India.



Tradução, revisão e edição: João Paiva, Teca Franco, Junia Machado.