quinta-feira, 21 de março de 2013

86 elefantes mortos em massacre por caçadores ilegais no Chade

Caçadores armados, em busca de marfim, mataram 86 elefantes em menos de uma semana, incluindo fêmeas grávidas e filhotes.





Cerca de 650 elefantes foram mortos no Parque Nacional de Bouba N’Djida, em Fevereiro de 2012. Fotografia: Anônimo/AP

Caçadores no sudeste do Chade mataram pelo menos 86 elefantes, incluindo 33 fêmeas grávidas, em menos de uma semana, num golpe potencialmente devastador para uma das últimas populações remanescentes de elefantes da África Central.


Grupos de elefantes seguem rotas migratórias tradicionais durante a época da seca, desde a República Centro-Africana, através do Chade, em direção a Camarões. Estima-se que 150 mil elefantes habitavam a região há trinta anos. Hoje, a quantidade pode ser tão pequena como 2 mil.


De acordo com a IFAW (International Fund for Animal Welfare), os elefantes foram mortos perto de Fianga, próximo da fronteira entre o Chade e Camarões, e suas presas, arrancadas. Fianga é perto de uma área transfronteiriça do parque – Sene Oura, no Chade, e Bouba N'Djida, em Camarões –, onde muitos elefantes passam a época das secas antes que as chuvas comecem, em abril. Acredita-se que os animais tenham sido mortos por caçadores sudaneses e chadienses, viajando a cavalo, munidos de fuzis AK47 para matá-los e serrotes para remover suas presas. 


"Os caçadores mataram fêmeas grávidas e todos os filhotes", disse Celine Sissler-Bienvenu, da IFAW. "Mesmo se as condições fossem boas, o que não são, levaria mais de 20 anos para essa população se recuperar."


A organização SOS Elephants, com base no Chade, reportou, no final do ano passado, que centenas de elefantes tinham se movido para o Chade, numa tentativa de fugir da matança no parque Nacional de Bouba N'Djida, onde 650 elefantes foram mortos em questão de dias, em Fevereiro de 2012.


A região da África Central tem sido palco de conflitos e governos ruins, e os esforços anti-caça anunciados pelo presidente do Chade, Idriss Déby Itno, incluindo a assinatura de um acordo com a IFAW para fornecer guardas em Sene Oura, mostraram poucos resultados.


Equipes anticaça são frequentemente mal equipadas e os guardas também são, eles mesmos, alvos dos caçadores. Dez foram mortos tentando proteger elefantes entre 2006 e 2009, no Parque Nacional de Zakouma, no sudeste do Chade. Conforme o conflito de Darfur se alastrou pela fronteira do Chade com o Sudão, cavaleiros cruzaram para Zakouma, matando cerca de 3.000 elefantes em três anos. A certa altura, três elefantes por dia, em média, estavam sendo mortos.


As gangues de caçadores estão em busca dos elefantes devido a seu marfim valioso, com objetivo de traficá-lo para os mercados chineses, através de portos no Sudão e na Nigéria. Jornais locais no Chade reportaram casos de chineses sendo pegos carregando marfim no aeroporto de N'Djamena, embora nenhum processo tenha sido aberto.


Saiba mais: Jogando uma luz intensa sobre o massacre dos elefantes africanos

O jornalista Bryan Christy, autor da reportagem "Culto ao Marfim", publicada na National Geographic, comenta o massacre em seu blog e publica um vídeo onde aparecem objetos de marfim e duas grandes presas expostas numa sala do palácio papal. 

Junte-se à nossa campanha de conservação e compartilhe as ilustrações nas redes sociais: Cada Presa Custa uma Vida. Não compre marfim.


Uma das imagens da campanha - Valores de Família. NÃO COMPRE MARFIM. Download de artes finais em diversas resoluções neste link, para qualquer objetivo não comercial, para reduzir o comércio de marfim e a matança de elefantes.


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